Almas felizes

DIÁRIO DA MANHÃ

por Elzi Nascimento e Elzita Melo Quinta

Foi recebida uma mensagem assinada por João o Evangelista, na Sociedade Espírita de Paris, em 1864, psicografada pelo médium Sr. Costel. Tratava-se de saudação endereçada aos operários, conclamando-os a aderirem à doutrina divulgada por Kardec, que dizia: ”Sede espíritas: tornar-vos-eis fortes e pacientes, porque aprendereis que as provas são uma dádiva assegurada do progresso.”

Os fenômenos que deram origem à Codificação do Espiritismo existem desde longos evos, desde a antiguidade. Há vestígios deles nos escritos, nas crenças, nos monumentos. O Espiritismo, ao catalogá-los e estudá-los, abre horizontes novos e desvenda ocorrências passadas.

A autoridade da Doutrina Espírita vem do controle universal do ensino dos Espíritos. Deus quis- dizem as orientações - que essa nova revelação chegasse aos homens através dos próprios Espíritos que se comunicam em todos os pontos da Terra, a todos os povos, todas as religiões.

Na introdução do Evangelho Segundo o Espiritismo lê-se que ele não tem nacionalidade, não faz parte de nenhum culto teológico ou normativo existente. Nenhuma classe social o impõe pois qualquer um pode receber instruções de parentes, amigos, conhecidos e até desconhecidos de além túmulo. Torna os homens fraternos, nos quatro cantos do planeta, desde os mais ignorantes aos mais cultos e doutos. Os Espíritos sabem que não possuem toda a verdade, que o saber de cada um é proporcional à sua evolução espiritual.

Garantia séria para os ensinos dos Espíritos: a concordância entre as revelações feitas espontaneamente servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em diferentes lugares. Foram recebidas comunicações de cerca de mil núcleos espíritas sérios, disseminados pelos mais diversos pontos da Terra. De todos os lugares houve confirmação do que dizem o Livro dos Espíritos (1857) e o Livro dos Médiuns (1861). A universalidade das revelações ditou o critério para as publicações.

Com o nome de Imitação do Evangelho Segundo o Espiritismo, surgiu em 1864, o terceiro livro da Codificação. Três anos depois, revisto e ampliado passou a chamar-se O Evangelho Segundo o Espiritismo, ditado através de diversos médiuns, dos mais variados países, de acordo com o método de “controle universal do ensino dos Espíritos”. É obra bastante esclarecedora. Analisa passagens bíblicas difíceis de entender, que a chave do Espiritismo faculta apreender-lhes o verdadeiro sentido.

Kardec, com esta obra, trouxe ao leitor um “código de moral universal, sem distinção de culto”.

O codificador classificou a Doutrina dos Espíritos como a terceira revelação da Lei de Deus, depois do Antigo e do Novo Testamentos. Fonte de todas as informações que revelava não ser o homem sujeito a falhas e aos próprios dogmas e interesses. Afirmou o mestre lionês: “o Espiritismo é fruto do ensino dado não por um homem, mas pelos Espíritos que são as vozes dos céus em todos os pontos da Terra.”

Declarou ainda que as vozes do grande além clamam:”irmãos! Nada perece. Jesus é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade.”

O quarto livro surgiu em 1865 – O Céu e o Inferno – ou a justiça divina segundo o Espiritismo. Livro dividido em duas partes com pesquisas e histórias já publicadas nas edições da Revista Espírita.

O quinto livro, editado em 1868 – A Gênese, resultante da primeira parte de O Livro dos Espíritos, trouxe a visão espírita sobre a formação e povoamento dos mundos, os milagres e as predições de Jesus.

Sobre a localização geográfica de céu e inferno que tantas questões gerou à perquirição humana, Kardec escreveu: “o inferno está por toda parte em que haja almas sofredoras e o céu está, igualmente, em toda parte onde houver almas felizes.”

(Elzi Nascimento é psicóloga clínica e escritora - Elzita Melo Quinta é pedagoga, especialista em Educação e escritora.)

FRATERLUZ
Fraternidade Espírita Luz do Cristianismo



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