A nova classe consumista‏


Não fiquem aflitos, procurando sempre o que comer ou o que beber. Pois os pagãos deste mundo é que estão sempre procurando todas essas coisas. O Pai de vocês sabe que vocês precisam de tudo isso. Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus, e Deus lhes dará todas essas coisas. (Lucas 12:29-31)

A estabilidade econômica no Brasil permitiu que bens e serviços pouco acessíveis passassem a ser consumidos pela classe social menos abastada. Houve uma grande ascendência social nas últimas décadas. Tal fato despertou interesse dos estudiosos por melhor compreender esse fenômeno. Surgiram dois tipos de discursos: Um baseado no hedonismo e outro no moralismo.

O discurso hedonista é a ideologia mais conhecida sobre o consumo. Esse discurso caracteriza o consumo como um meio para se chegar ao sucesso e à felicidade. Assim, o consumo é descrito como uma forma de gratificação imediata, que dá sentido à vida. Consumir freneticamente é ter a certeza de ser um peregrino em viagem ao paraíso. Apesar de o consumo possuir associações a conotações negativas, tais como materialismo e individualismo, os estudiosos acreditam que o sofrimento e as dificuldades pelas quais os indivíduos passam são resultado direto da falta de bens. O consumo, logo, seria uma forma de atenuar tais sentimentos. A partir do momento em que se possui um bem, o indivíduo torna-se integrante de um grupo, que compartilha valores e pensamentos semelhantes.

Diferentemente dessa visão, o discurso moralista responsabiliza o consumo por variados tipos de problemas da sociedade. De acordo com esse discurso, o consumo leva os indivíduos a terem atitudes impensadas, cujas consequências podem ser drásticas para sua vida financeira e para a sociedade. Logo, o estímulo ao consumo é um mal que precisa ser combatido e os moralistas acreditam que possuem o dever de defender a correta orientação da sociedade, chamando a atenção aos males que o consumo pode causar. O moralista vê a produção como atividade superior ao consumo. Enquanto o conceito de produção é visto como positivo, associado a construir e trabalhar, atos que engrandecem o ser humano, o conceito de consumir é visto como negativo, uma praga que deve ser repelida, por remeter a excessos e banalidades, inclusive à violência e desonestidade.

As duas diferentes correntes de pensamento sobre o consumo mostram como o tema pode inspirar pontos de vista diversos na perspectiva mundana. Mas o cristão liberto do consumismo sabe que o seu alvo não é a busca dos bens materiais, e sim o engrandecimento do Reino de Deus que lhe garante o passaporte para a felicidade terrena e eterna.

Elbem Cesar

FRATERLUZ

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