Mediunidade na Idade Moderna (História de alguns médiuns)

IDADE MODERNA

1 - EMMANUEL SWEDENBORG (1688 - 1772)

Swedenborg nasceu na Suécia e foi educado pela nobreza de sua pátria, deslocando-se para Londres onde iniciou-se a sua "iluminação", porquanto desde o dia de sua primeira visão até a sua morte, 27 anos após, esteve ele em contínuo contato com o mundo espiritual de maneira ostensiva.

Naquela noite, diz ele, que o mundo dos espíritos abriu-se para mim e encontrei, muitas pessoas do meu conhecimento e de todas as condições. Desde então diariamente o Senhor abria os olhos do meu espírito para ver, perfeitamente desperto, o que se passava no outro mundo e para conversar, em plena consciência, com os espíritos.

Swedenborg, considerado como precursor do Espiritismo, foi antes de tudo um homem de gênio, cuja genialidade empolgada o fez perder-se em algumas interpretações, naquilo que lhe era dito ou mostrado.

Swedenborg era certamente em sua época, o homem que mais conhecimentos detinha em seu possante cérebro. Era um grande engenheiro, uma autoridade em metalurgia, em Física e em Astronomia, autor de importantes trabalhos sobre as marés e sobre a determinação das latitudes. Era zoologista e anatomista. Financista e político.

Em suas visões o médium falava de uma espécie de vapor que exalava dos poros do seu corpo, que sendo aquoso e muito visível caía no solo sobre o tapete. É uma perfeita descrição do ectoplasma utilizado nos efeitos físicos.

Em uma dessas visões Swedenborg descreveu um incêndio em Estocolmo, a 300 milhas de distância, com perfeita exatidão. Estava ele em um jantar acompanhado de 16 pessoas que serviram como testemunhas do evento, investigado pelo grande filósofo Kant.

A partir de então ele teve o privilégio de examinar várias esferas do outro mundo e, suas narrativas se assemelham às de André Luiz, recebidas pelo canal mediúnico de Chico Xavier.

Seu trabalho foi de imenso valor, no que tange aos ensinos que seriam confirmados pelo Espiritismo, a sua obra foi um marco, no imenso oceano de superstições e fanatismo em que viviam os homens de sua época.

2 - FRANZ ANTON MESMER (1734 - 1815)

Mesmer foi o médico austríaco criador da teoria do magnetismo animal conhecido pelo nome de mesmerismo. Nasceu a 23 de maio em Iznang, uma pequena vila perto do Lago Constance. Estudou teologia em Ingolstadt e formou-se em medicina na Universidade de Viena.

Em 1775, após muitas experiências, Mesmer reconhece que pode curar mediante a aplicação de suas mãos, acredita que dela desprende um fluido que alcança o doente; Declara: "De todos os corpos da Natureza, é o próprio homem que com maior eficácia atua sobre o homem".

A doença seria apenas uma desarmonia no equilíbrio da criatura, opina ele. Mesmer, que nada cobrava pelos tratamentos, preferia cuidar de distúrbios ligados ao sistema nervoso.

Além da imposição das mãos sobre os doentes, para estender o benefício a maior número de pessoas, magnetizava água, pratos, cama, etc., cujo contato submetia os enfermos.

Mesmer praticou durante anos o seu método de tratamento em Viena e em Paris, com evidente êxito, mas acabou expulso de ambas as cidades pela inveja e incompreensão de muitos.

Depois de cinco tentativas para conseguir exame judicioso do seu método de curar, pelas academias, é que publica, em 1779, a "Dissertação sobre a descoberta do magnetismo animal", na qual afirma que este é uma ciência com princípios e regras, embora ainda pouco conhecida.

Em 1784, o governo francês nomeou uma comissão de médicos e cientistas para investigar suas atividades. Benjamin Franklin foi um dos membros dessa comissão, que acabou por constatar a veracidade das curas, porém as atribuíram não ao magnetismo animal, mas a outras causas fisiológicas desconhecidas.

Em 1792, Mesmer vê-se forçado a retirar-se de Paris, vilipendiado, e instala-se em pequena cidade suiça, onde vive durante 20 anos sempre servindo aos necessitados e sem nunca desanimar nem se queixar. No início de 1814, ele regressou para Iznang, sua terra natal, onde permaneceria os seus últimos dias até falecer, no ano seguinte.

Assim foi Mesmer. Durante anos semeou a cura de enfermos doando de seu próprio fluido vital em atitude digna daqueles que sacrificam-se por amor ao seu trabalho e a seus irmãos.

3 - ANDREW JACKSON DAVIS

Andrew Jackson Davis nasceu no dia 11 de agosto de 1826, nas margens do rio Hudson, nos Estados Unidos da América do Norte, e desencarnou em 1910, com a idade de 84 anos. Jackson Davis descendia de família humilde. Sua faculdade mediúnica desabrochou quando tinha apenas 17 anos.

Primeiro, desenvolveu a audiência. Ouvia vozes que lhe davam bons conselhos. Depois, surgiu a vidência, tendo notável visão, quando sua mãe morreu. Mais tarde, manifestou-se outra faculdade muito interessante e muito rara: a de ver e descrever o corpo humano, que se tornava transparente aos seus olhos espirituais.

Dizia ele que cada órgão do corpo parecia claro e transparente, mas se tornava escuro quando apresentava enfermidade.

Na tarde de 6 de março de 1844, deu-se, com Davis, um dos mais extraordinários fenômenos, o do levitação. Foi ele tomado por uma força estranha que o fez voar da cidade de Poughkeepsie a Catskill, cerca de quarenta milhas de distância.

Para nós, espíritas, o papel representado por Jackson Davis é de grande importância, pois começou a preparar o terreno para os grandes acontecimentos da Terceira Revelação.

Em suas visões espirituais viu quase tudo o que Swedenborg descreveu sobre o plano espiritual (abramos aqui um parêntese para dizer que, por ocasião do seu transporte às montanhas de Catskill, identificou Galeno e Swedenborg como seus mentores espirituais).

Em seu caderno de notas, encontrou-se a seguinte passagem datada de 31 de março de 1848:

"Esta madrugada, um sopro quente passou pela minha face e ouvi uma voz, suave e forte, a dizer: irmão, um bom trabalho foi começado – olha! surgiu uma demonstração viva. Fiquei pensando o que queria dizer aquela mensagem." Ao que parece, este aviso fazia menção aos fenômenos de Hydesville, pois foi exatamente nessa data, numa sexta-feira, que se estabeleceu o início da telegrafia espiritual, através da menina Kate Fox.

4 - DANIEL DUNGLAS HOME

Descendente de família nobre, da Escócia, nascia, no dia 15 de março de 1833, em Currie, perto de Edimburgo, o maior médium de efeitos físicos do século passado – Daniel Dunglas Home.

Aos nove anos de idade, Home partiu para os Estados Unidos em companhia de uma tia que o adotara.

Quando tinha treze anos, manifestou-se nele extraordinária faculdade psíquica, tendo previsto a desencarnação de um amigo da família.

Conta-se que Home fizera um pacto com um colega de nome Edwin, para que o primeiro desencarnado viesse mostrar-se ao outro. Um mês após haver-se mudado para outro distrito, quando foi para cama, teve a visão de Edwin, que desencarnara e viera cumprir o pacto, cuja confirmação recebeu dois ou três dias depois.

Em 1850, teve uma segunda visão; esta, sobre a morte de sua mãe, que vivia na América do Norte.

Em seguida, começaram a produzir-se os mais variados fenômenos, tais como fortes batidas nos móveis, transporte de objetos e outros "raps" que inquietaram o lar de sua tia, com quem morava, ao ponto de esta afirmar que o rapaz havia trazido o Diabo para sua casa.

Esses fenômenos tiveram grande repercussão em toda a América, tendo sido organizada, em 1852, uma Comissão da Universidade de Harward para visitar o médium, comissão essa que lavrou ata afirmando a exatidão dos fatos verificados durante as experiências com ele realizadas.

Em 1855, Home transportou-se para a Europa, Home jamais mercadejou seus preciosos dons mediúnicos. Home, como se vê, possuía várias faculdades, dentre elas, a de levitação, fenômeno esse inúmeras vezes constatado por cientista da época.

No dia 13 de dezembro de 1868 teve um caso que foi fartamente documentado por várias pessoas. Home flutuou horizontalmente, como se estivesse deitado numa cama, através de uma janela aberta no terceiro andar de uma casa e voltou por outra. Feito isso, Home ficou de pé.

O fenômeno foi, em seguida repetido, sempre diante de testemunhas. Em outras ocasiões, Home levitou numa sala assistido por um grupo de pessoas.

Como todo médium, Home foi caluniado e ferido em sua dignidade, mas nunca lhe faltou, nas horas mais difíceis, o amparo de seus mentores espirituais.

Allan Kardec, através das colunas de "Revue Spirite", o defende.

5 - EUSÁPIA PALADINO

Nasceu em Nápoles, Itália, em 31 de janeiro de 1854, e desencarnou em 1918, com sessenta e quatro anos, Eusápia Paladino foi a primeira médium de efeitos físicos a ser submetida a experiências pelos cientistas da época.

As primeiras manifestações de sua mediunidade consistiram no movimento e levitação de objetos, quando ainda muito jovem, pois contava apenas quatorze anos, somente aos vinte e três anos é que, graças a um espírita convicto, Signor Damiani, ela conheceu o Espiritismo.

Por volta do ano 1888 é que Eusápia tornou-se conhecida no mundo científico em virtude de uma carta do Prof. Ércole Chiaia enviada ao criminalista César Lombroso.

Três anos mais tarde, em 1891, Lombroso aceitou o convite, realizando, com Eusápia, uma série de sessões. Esses trabalhos foram seguidos pela Comissão de Milão, integrada pelos professores Schiaparelli, diretor do Observatório de Milão; Gerosa, Catedrático de física; Ermacora, Doutor em Filosofia, de Munique, e o prof. Charles Richet, da Universidade de Paris.

Além dessas sessões, muitas outras foram realizadas, com a presença de homens de ciência, não só da Europa, como também da América.

Lombroso, diante da evidência dos fatos, converteu-se ao Espiritismo, tendo declarado: - "Estou cheio de confusão e lamento haver combatido, com tanta persistência, a possibilidade dos fatos chamados espíritas." A conversão de Lombroso deveu-se também ao fato de o Espírito de sua mãe haver-se materializado em uma das sessões realizadas com Eusápia.

Convém citarmos um trecho do relatório apresentado pela Comissão de Milão que diz: - "É impossível dizer o número de vezes que uma mão apareceu e foi tocada por um de nós.

Como se vê, a Comissão que ofereceu este relatório era constituída por homens de ciência, o que não deixa dúvida quanto à veracidade dos fenômenos por eles constatados.

O prof. Charles Richet, em 1894, também realizou várias sessões experimentais em sua própria casa, obtendo levitações parciais e completas da mesa, além de outros fenômenos de efeitos físicos.

Sir Oliver Lodge, prof. de Filosofia Natural do Colégio de Bedford, Catedrático de Física da Universidade de Liverpool, Reitor da Universidade de Birmingham, e que foi, também, presidente da Associação Britânica de Cientistas, também realizou inúmeras experiências com a médium Eusápia Paladino.

6 - MADAME D'ESPERANCE

Elizabeth d’Esperance nasceu em 1849, um ano depois dos fenômenos de Hydesville.

Quando ainda mocinha, apareceu em público, respondendo perguntas referentes aos mais variados setores da ciência, que foram respondidas, rapidamente, pela médium, em inglês, alemão e até mesmo em latim. Madame d’Esperance, que possuía educação de classe média, quando caía em transe mediúnico, externava admiráveis conhecimentos científicos, abordando assuntos totalmente desconhecidos daqueles que a interrogavam.

Nesse estado, desenhava na mais completa escuridão.

Não é admissível:

- que alguém pode ver normalmente e desenhar com minuciosa precisão em completa obscuridade; - que alguém pode, por meios normais de visão, ler o conteúdo de uma carta fechada, no escuro; - que alguém, que ignore a língua alemã, possa escrever com rapidez e exatidão longas comunicações em alemão.

Na sua infância, brincava com Espíritos de crianças, como se estes fossem crianças reais.

Mais tarde, lhe foi acrescentada a faculdade de materialização, pois ela fornecia, em abundância, o

fluido chamado "ectoplasma", que serve para a produção desse fenômeno.

Seu guia espiritual era uma bela moça árabe, que dava o nome de Yolanda. Esse Espírito se materializava, constantemente, dada a perfeita afinidade que tinha com a médium.

Alexandre Aksakoff, no seu livro "Um Caso de Desmaterialização Parcial", descreve que, em uma sessão realizada com essa médium, viu seu corpo desmaterializar-se, parcialmente.

Foram também obtidos, graças a preciosa faculdade dessa médium, moldagens em parafina, de mãos e pés, com punhos e tornozelos que, dada a estreiteza dessas partes, não podiam permitir a saída dos membros, a não ser por sua desmaterialização.

Como a maioria dos médiuns de prova, Madame d’Esperance também sofreu muito durante o cumprimento da sua espinhosa missão.

Em um dos trabalhos de materialização realizado na Escandinávia, o Espírito de Yolanda foi agarrado por um pesquisador menos avisado, com o intuito de desmascaramento, tendo a médium sofrido grande choque traumático que lhe produziu sério desequilíbrio orgânico, prostrando-a de cama.

7 - FLORENCE COOK (1856 - 1904)

Os pormenores da vida de Florence são fornecidos por ela própria, em carta dirigida a Mr. Harrison, diz: "Tenho 15 anos, desde a minha infância vejo os espíritos e ouço-os falar. Como ninguém os via nem ouvia, meus pais procuraram inculcar em mim a idéia de que era produto de minha imaginação.

Na primavera de 1872 fui visitar uma amiga de colégio, ela me perguntou se eu já ouvira falar de Espiritismo, acrescentado que seus pais e ela se reuniam em torno de uma mesa, nessa situação obtinham certos movimentos; Florence participou da sessão daquela tarde, e quando ficou em pé junto a mesa, esta se ergueu a uma altura de 4 pés.

Na segunda sessão por tiptologia, foram orientandos para que deixassem o aposento em penumbra. Eles a ergueriam e dariam a volta na sala com ela. Diz Florence: “De imediato senti que alguém me tirava da cadeira, e, fui erguida até o teto, fato que todas as pessoas presentes na sala puderam ver. Minha mãe indagou se podíamos obter esse fenômeno em nossa casa. A mesa respondeu que sim, visto que eu era médium.

Na primeira reunião em nossa casa, os espíritos quebraram a nossa mesa e duas cadeiras, fazendo ainda outros estragos.

Em vista disso, resolvemos que, de modo algum tornaríamos a realizar sessões. Então os espíritos começaram a nos atormentar, atirando-nos livros e outros objetos; as cadeiras passeavam sozinhas pela sala, a mesa se erguia violentamente, enquanto fazíamos as refeições, e fortes ruídos eram ouvidos durante a noite, fazendo-nos estremecer de medo. Por fim nos vimos obrigadas a nos reunirmos em torno da mesa e a tentar um diálogo com eles.

Os espíritos disseram que fôssemos a Navarino Street, 74" onde existia uma sociedade espírita. O endereço estava certo. Lá encontramos Mr. Thomas Blyton que nos convidou a assistir a uma sessão onde entrei em transe e, por incorporação, uma entidade disse aos meus pais que, se contássemos com o auxílio de Mr. Herne e Mr. Williams, obteríamos comunicações de valor.

Reunimo-nos várias vezes e, finalmente, obtivemos os fenômenos prometidos. O espírito que dirigiu a sessão disse chamar-se Katie King". No dia 22 de abril de 1872, o espírito Katie King se materializou parcialmente pela primeira vez. Katie mostrou-se na abertura da cortina e falou durante alguns minutos, ocasião em que os presentes puderam acompanhar o movimento de seus lábios.

Com o avanço das experiências, Florence, que antes, nas materializações parciais permanecia consciente, passou a cair em transe à medida que Katie King ia conseguindo-se mostrar mais perfeitamente.

A Doutrina Espírita deve eterna gratidão à menina de 15 anos, que, sacrificando sua juventude nos laboratórios dos sábios, prestou os mais relevantes serviços à comprovação científica da imortal obra de Allan Kardec.

8 - HENRY SLADE

Henry Slade representou importante papel na história do Espiritismo, pelo grande poder mediúnico de que era dotado.

Slade celebrizou-se pela escrita na lousa, tendo-se exibido, por muitos anos, na América do Norte, de onde transportou-se para a Inglaterra, realizando, em Londres, inúmeras sessões desse gênero.

Dr. Slade, cobrava vinte Shillings por sessão e prefere que apenas uma pessoa fique na sala que ocupa. Não perde tempo: assim que o visitante se senta, começam os incidentes, continuam e terminam em cerca de quinze minutos."

Slade não só produzia a escrita na lousa, como também provocava outros fenômenos de efeitos físicos tais como o arremesso de objetos, materializações de mãos e a execução musical.

Certa vez, em uma sessão realizada em plena luz do dia, além de ser obtida a escrita na ardósia, foi também executada, ao acordeon, a peça "Home, Sweet Home" (Lar, Doce Lar).

Como se vê, Slade era médium dotado de grande poder para a produção de fenômenos de efeitos físicos.

A carreira de Slade, como a da maioria dos médiuns, foi bastante espinhosa. Por acusação de fraude, feita pelo prof. Ray Lankester, foi julgado na Corte de Polícia de Bow Street, perante o juiz Flower. A acusação foi feita por Mr. George Lewis e a defesa esteve a cargo de Mr. Munton.

Sobre a autenticidade dos fenômenos produzidos por Slade, falaram Alfred Russel Wallace, Serjeant Cox, além de outros, que apresentaram provas concretas para a defesa do acusado, mas, mesmo assim, o magistrado, no julgamento, exclui, dizendo que sua decisão baseava-se em "inferências deduzidas dos conhecidos fatos naturais".

Assim, foi Slade condenado a três meses de prisão, com trabalhos forçados, nos termos da lei. Houve apelo e ele foi solto sob fiança. Mais tarde, quando foi julgado o apelo, a condenação foi anulada.

Henry Slade desencarnou em 1905, num Sanatório, em Michigam. Foram inúmeros os comentários feitos pela imprensa londrina a respeito das ocorrências registradas com ele, notadamente sobre a perseguição movida por Ray Lankester, em Bow Street, de que resultou sua condenação.

9 - OS IRMÃOS DAVENPORT

Ira Davenport, nasceu a 17 de setembro de 1839, em Buffalo, New York, e William Henry Davenport, a 1.º de fevereiro de 1841. Pertenciam a uma família descendente de colonizadores ingleses da América do Norte. Em 1846, manifestou-se a faculdade mediúnica em ambos os irmãos, caracterizando-se por batidas, ruídos, estalos e outros fenômenos, que chamaram a atenção de muitos investigadores da época.

A notícia espalhou-se por toda parte, transformando-se a casa dos Davenport centro de grande atenção de todos os que para ali se dirigiam a fim de assistir aos mais estranhos fenômenos por eles produzidos.

Do mesmo modo que com as irmãs Fox, centenas de curiosos e incrédulos se amontoavam na casa.

Ira desenvolveu a escrita automática (psicografia) e distribuía entre os presentes mensagens escritas com extraordinária rapidez, contendo informações que ele não podia possuir.

Logo se seguiu a levitação e o rapaz era suspenso no ar, por cima das cabeças dos que se achavam na sala, a uma altura de nove pés do solo. Depois, o irmão e a irmã, foram igualmente influenciados e os três flutuavam no alto da sala.

Centenas de citadãos respeitáveis de Buffalo são citados como tendo presenciado esses fatos.

Uma vez, quando a família tomava uma refeição, as facas, os garfos e os pratos dançaram e a mesa foi erguida no ar. Numa sessão, pouco depois disso, o lápis foi visto escrevendo em plena luz do dia, sem qualquer contato humano.

Então as sessões passaram a ser feitas com regularidade; começaram a aparecer luzes e instrumentos que boiavam no ar e eram tocados em cima das cabeças dos circunstantes.

A Voz Direta e outras manifestações extraordinárias se seguiram muito numerosas.

Atendendo ao pedido das inteligências comunicantes, os irmãos começaram programando os vários lugares onde seriam realizadas sessões públicas.

Os irmãos Davenport, como quase todos os médiuns, que vieram ao mundo para provar a sobrevivência do Espírito após a desencarnação, também sofreram perseguições.

10 - EDGAR CAYCE (1877 – 1945)

Edgar Cayce , conhecido como o profeta sonâmbulo.

Nascido em 1877, filho de um agricultor do Kentucky , Edgar Cayce viu-se obrigado a deixar a escola na sétima série porque precisava trabalhar.

Mais tarde , teve como meta tornar-se um pregador, mas foi acometido de uma doença na garganta que reduziu sua voz a um mero sussurro.

Após procurar em vão inúmeros médicos, pediu a um amigo que o hipnotizasse; ao cair em estado de transe, Cayce começou a falar , com voz forte e firme, diagnosticando o problema e prescrevendo o remédio que acabaria por curá-lo.

A partir de então, houve dois Edgar Cayce, o "sonâmbulo" e o "desperto".

Durante anos, até sua morte em 1945, Cayce passaria grande parte de sua vida mergulhado em transes profundos, buscando a causa dos males e distúrbios físicos das pessoas e prescrevendo remédios.

Na década de 20 , o Cayce "sonambulo" começou a enfatizar a existência da reencarnação.

Relativamente simples e profundamente religioso , Cayce por vezes ficava assombrado ao saber o que dissera em estado de transe: o Cayce "desperto chegou a temer que as idéias sobre a reencarnação difundidas por sua metade sonâmbula fossem pouco cristãs.

Em 1932 fundou-se um instituto para apoiar o trabalho de Cayce e suas leituras passaram a ser registradas.

Estão registradas mais de 650 leituras que fez para pessoas diferentes ao longo de 21 anos.




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