Prefácio:
Nossos maus instintos são decorrentes da imperfeição do nosso próprio Espírito, e não da nossa organização física.
Se assim não fosse, o homem estaria isento de toda e qualquer responsabilidade.
De nós depende a nossa melhoria, pois todo homem que goza da plenitude de suas faculdades tem a liberdade de fazer ou não fazer qualquer coisa.
Para fazer o bem, só lhe falta à vontade. (Cap. XV, nº 10 e XIX, nº 12).
Prece:
Vós me destes, meu Deus, a inteligência necessária para distinguir o bem do mal.
Assim, ao reconhecer que uma coisa é má, sou culpado de não me esforçar para resistir à sua tentação.
Preservai-me do orgulho, que poderá me impedir de perceber os meus defeitos, e dos maus Espíritos, que poderiam me incitar a perseverar neles.
Entre as minhas imperfeições, reconheço que sou particularmente inclinado a (citar aqui a sua fraqueza) e se não resisto ao seu arrastamento, é por causa do hábito que já adquiri de ceder-lhe.
Vós não criastes culpados, porque sois justo, mas com igual aptidão para o bem e para o mal.
Se preferir o mau caminho, foi em virtude do meu livre arbítrio.
Mas, pela mesma razão que tive da liberdade de fazer o mal, tenho também a de fazer o bem, e portanto a de mudar de caminho.
Meus defeitos atuais são o resto das imperfeições que trouxe de minhas existências precedentes.
São, pois, o meu pecado original, de que posso livrar-me pela minha vontade, com a assistência dos Bons Espíritos.
Projetei-me, portanto, Espíritos bondosos, sobretudo vós, meu Anjo Guardião, dando-me a força de resistir às más sugestões e de sair vitorioso da luta.
Os defeitos são a barreira que nos separam de Deus, e cada defeito superado é um passo que damos para nos aproximarmos Dele.
O Senhor, na sua infinita misericórdia, houve por bem me conceder a existência atual, para que sirva ao meu adiantamento.
Bons Espíritos, ajudai-me a aproveitá-la, a fim de que ela não se torne perdida para mim.
E quando aprouver ao Senhor me retirar dela, que eu possa sair melhor do que entrei. (Caps. V, nº 5 e XVII, nº 3).
O Evangelho Segundo o Espiritismo;
Allan Kardec.
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