O Espiritismo (Allan Kardec)

Um adversário asseverou em certo jornal que o Espiritismo é cheio de seduções. Ele não podia, mau grado seu, fazer maior elogio da Doutrina, condenando-se, ao mesmo tempo de maneira mais peremptória. Dizer que uma coisa é sedutora é dizer que agrada. 

Ora, eis aqui o grande segredo da propagação do Espiritismo. Que, então, lhe oponham algo de mais sedutor para suplantá-lo! Se não o fazem, é que não têm nada de melhor a oferecer. Por que ele agrada? E muito fácil dizê-lo.


Ele agrada:

1) Porque satisfaz à aspiração instintiva do homem quanto ao futuro;

2) Porque apresenta o futuro sob um aspecto que a razão pode admitir;

3) Porque a certeza da vida futura faz com que o homem sofra sem se queixar das misérias da vida presente;

4) Porque, com a pluralidade das existências, essas misérias têm uma razão de ser, são

Explicáveis e, em vez de acusarem a Providência, consideram-nas justas e as aceitam sem murmurar;

5) Porque o homem é feliz por saber que os seres que lhe são caros não estão perdidos para sempre, que os encontrará novamente e que estão quase sempre ao seu lado;

6) Porque todas as máximas dadas pelos Espíritos tendem a tornar melhores os homens uns para com os outros.

Existem ainda outros motivos, que só os espíritas são capazes de compreender. Em compensação, que meios de sedução oferece o materialismo? O nada. Eis aí toda a consolação que ele dá às misérias da vida!

Com tais elementos, o futuro do Espiritismo não pode ser duvidoso e, contudo, se nós devemos admirar de alguma coisa, é que ele tenha aberto um caminho tão rápido através dos preconceitos. Como e por que meios alcançará a transformação da Humanidade, é o que nos resta examinar.

Discurso pronunciado por Allan Kardec na cidade de Bordeaux, França em 1862, páginas 61 e 62 do livro Viagem Espírita em 1862.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradecemos a sua participação!