Documentário : Santo Forte (Aspectos da cultura popular religiosa brasileira)


SINOPSE

Em 05 de outubro de 1997 uma equipe de cinegrafistas entra na favela Vila Parque da Cidade, situada na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro. Os moradores assistem à missa celebrada pelo João Paulo II no Aterro do Flamengo. Meses depois, em dezembro, a equipe volta à favela e penetra na intimidade dos moradores para descobrir como eles vivem a experiência religiosa. Católicos, umbandistas ou evangélicos, todos eles têm em comum a crença numa comunicação direta com o mundo sobrenatural pela intervenção, em seu cotidiano, de santos, orixás, guias ou do Espírito Santo (evangélicos). O filme termina em 24 de Dezembro, quando alguns personagens, cada um a seu modo, celebram o Natal.

Santo Forte - Aspectos da cultura popular religiosa brasileira, traz ao público um documentário sobre a religiosidade de moradores simples de uma favela situada na zona sul do Rio de Janeiro. A ideia de Santo Forte surgiu de uma pesquisa para uma série de televisão sobre identidades brasileiras que acabou não sendo produzida.



O projeto teve início em 5 de Outubro de 1997, quando a equipe de cinema entrou na favela Vila Parque da Cidade, situada na Gávea, para filmar os moradores assistindo à missa celebrada pelo Papa no Aterro do Flamengo. Mais tarde, a equipe voltou para descobrir como os moradores viviam e como era a diversidade religiosa local, verdadeira miscelânea de fé e crenças.

Segundo o diretor, as entrevistas captadas na fase de pesquisa do tema, em diversos estados brasileiros, ajudaram a intuir que, independentemente das diferenças regionais, as classes populares possuíam alguns padrões de comportamento religioso semelhante. A partir daí, Eduardo Coutinho resolveu documentar uma única localidade, fazendo um levantamento da cultura local.

Uma das preocupações de Santo Forte foi a de abordar pontos comuns entre os personagens, embora o filme retrate católicos, umbandistas, evangélicos, entre outros. É a partir do depoimento dos moradores de Vila Parque que Eduardo documenta os diversos costumes e crenças. Além dos personagens reais que falam sobre experiências e vivências, o filme utiliza imagens atuais e de arquivo que, segundo o diretor, servem como alívio visual, provando a veracidade do que foi dito.

Santo Forte ilustra a religiosidade apenas por depoimentos. Não há registro de rituais, cultos e outros eventos. Cabe ao público buscar no imaginário todas estas representações, apresentadas e difundidas apenas pela crença dos próprios moradores.

Ficha Técnica
Título Original: Santo Forte
Gênero: Documentário
Tempo de Duração: 80 minutos
Ano de Lançamento (Brasil): 1999
Estúdio: CECIP - Centro de Criação de Imagem Popular
Distribuição: Riofilme
Direção: Eduardo Coutinho
Produção: Claudius Ceccon, Dinah Frotté e Elcimar de Oliveira
Direção de Fotografia: Luis Felipe Sá e Fabian Silbert
Desenho de Produção: Cláudia Braga
Pesquisa e Consultoria: Patrícia Guimarães
Edição: Jordana Berg

Elenco
Eduardo Coutinho
Patrícia Guimarães

Premiações
- Recebeu uma indicação ao Grande Prêmio Cinema Brasil, na categoria de Melhor Filme.
- Ganhou o Prêmio Especial do Júri, no Festival de Gramado.
- Ganhou o Prêmio Margarida de Prata CNBB 1999.

Curiosidades- Fez parte da Mostra Première Brasil do Festival do Rio'99.

Eduardo Coutinho
Cineasta nascido em São Paulo em 1933, autor de um dos filmes mais importantes do cinema documental brasileiro, "Cabra Marcado para Morrer" (1984), prêmio da crítica internacional do Festival de Berlim, melhor filme no Festival du Réel, em Paris, e no de Havana, entre muitos outros. Estudou cinema no Institut des Hautes Études Cinematographiques (IDHEC) de Paris, em meados dos anos 50, voltou ao Brasil em 1960 e se engajou no Cinema Novo. Começou como gerente de produção de "Cinco Vezes Favela" (1962) e como corroteirista de "A falecida" (1965), de Leon Hirszman. Em 1964, iniciou e viu interrompida, pelo golpe militar (1964), as filmagens de Cabra marcado para morrer (que só seria retomado em 1980 e concluído em 1984). Em seguida, dirigiu três filmes de ficção: O pacto, episódio do longa-metragem ABC do amor (1966), O homem que comprou o mundo (1968) e Faustão (1970). Dirigiu documentários para o Globo Repórter, entre eles Seis dias de Ouricuri (1976), Teodorico, o imperador do sertão (1978) e Exu, uma tragédia sertaneja (1979). A partir dos anos 80, passou à direção de documentários, entre eles, Volta Redonda, memorial da greve (1989), Boca do lixo (1994), Babilônia 2000 (2000) e Edifício Master (2002). O longa Moscou (2009) -- que retrata o processo de ensaio de uma peça pelo grupo Galpão --, recebeu o prêmio da crítica de melhor filme documentário do Festival Paulínia de Cinema, em 2009. Faleceu em Fevereiro de 2014.








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