Considerações no plano físico (Emmanuel)

Conscientes quanto ao caráter educativo e reeducativo da reencarnação, o empenho a menor esforço é sempre estranhável naqueles que amadureceram para a aceitação da verdade.

Afinal, que procuramos quando internados no berço terrestre?

Se tomamos o corpo físico, claramente sujeito a leis que o transformam incessantemente, a fim de que sejamos impulsionados à renovação, por que fugir das dificuldades que nos conduzem à percepção mais alta da vida?

Se estamos na Espiritualidade – criaturas imortais que somos – na posição de consciências endividadas ante as culpas adquiridas, renascendo no mundo para o necessário reajustamento, de que modo solucionar os problemas que se nos fazem característicos, se nos deixam atravessar a infância absolutamente entregues aos pendores infelizes, sob o pretexto de que devemos crescer livres?

Se nos achamos num corpo francamente desmontável, a qualquer hora, na feição de aprendizes, transportando consigo a carteira de lições, no educandário em que provisoriamente se encontram, que proveito retirar dessa medida, se somos relegados aos próprios enganos, como barco à matroca?

Se abominamos o obstáculo, interpretando-o por instrumento de prova, como efetuar a aquisição das qualidades de que não prescindimos para o trabalho de elevação?

Se nos revoltamos contra as circunstâncias difíceis, como extrair delas o ensinamento e a providência que nos burilarão sentimentos e raciocínios para a Vida Superior?

Que liberdade de escolher teremos nós, se a válvula da responsabilidade não estiver controlando a nossa independência, já que a independência desorientada quase sempre nos leva à destruição?

Que espécie de direito nos favorecerá na justiça da vida, se menosprezarmos o dever que estabelece o merecimento?

Que gênero de existência surgirá para nós, se desertarmos da lição que melhora ou da disciplina que ajuda a construir?

Com semelhantes perguntas não buscamos louvar o chicote, exaltar a servidão, reviver a palmatória ou forjar novos grilhões para os nossos irmãos no mundo, mas sim procuramos ponderar, com os amigos encarnados na Terra, quanto aos nossos impositivos de entendimento em nossas necessidades de educação.

Emmanuel;
Psicografia: Francisco Cândido Xavier;
Do livro Caminhos de Volta.







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