A Mulher e a Maternidade (Jornal "A Flama Espírita")

"E será ainda à mulher que buscaremos confiar a missão mais sublime na construção evangélica dentro dos corações, no supremo esforço de iluminar o mundo. " Humberto de Campos (Boa Nova - Francisco Cândido Xavier / Humberto de Campos - Lição 22 - "A Mulher e a Ressurreição" - FEB)

A maternidade é função, tarefa e missão específica da mulher

Criado que foi simples e ignorante por Deus, o espírito desenvolveu-se no laboratório prodigioso do Universo. Ganhou a bênção de luz da Vida sem posse de nenhum recurso neuropsíquico ou pequeno impulso de instinto. Tudo estava por conquistar, através da divina Lei de Evolução. Traz em germe potências para realizar por si mesmo sua grande destinação, a própria evolução espiritual rumo à Perfeição.

Direitos e funções

Perante as Leis de Deus, o homem e a mulher têm os mesmos direitos. São espíritos imortais, criados com os mesmos atributos de viver, trabalhar, aprender, estudar, desenvolver, aprimorar-se e progredir tanto na inteligência quanto nos sentimentos.

A respeito da vida na sociedade humana, a mulher sofreu muito e continua sofrendo graves problemas familiares, conjugais, sociais e afetivos. Ela se vê, em muitos países, excluída de seus direitos naturais, provocando torturas indescritíveis em sua alma sensível.

Segundo a orientação dos Espíritos, homem e mulher não são iguais nas funções; possuem diferenças, não só na organização física e na execução de serviços na vida familiar e social. Se homem e mulher fossem bem semelhantes na prática das suas funções da vida, não haveria grandes diferenças mentais e psicológicas entre eles. 

O Codificador Allan Kardec indagou a respeito da igualdade dos direitos do homem e da mulher e responderam os Sábios Espíritos: 

"Dos direitos, sim; das funções, não. Preciso é que cada um esteja no lugar que lhe compete." (grifos nossos) (O Livro dos Espíritos - Terceira Parte - Capítulo IX - "Da Lei de lgualdade" –Subtema: "Igualdade dos Direitos do Homem e da Mulher" - Questão n." 822.a - FEB) 

O homem e a mulher têm os mesmos direitos perante a vida, casamento, família e sociedade, contudo as funções deveriam ser diferentes. As diferenças foram determinadas por Deus e pela Natureza: o corpo biofisiológico, a formação muscular, a atração amorosa, relacionamento afetivo-sexual, sexualidade passiva e ativa, a maternidade e os cuidados maternais dos filhos. 

Se à maioria das mulheres da Terra fosse dado abandonar a missão da maternidade, o resultado seria a extinção da Humanidade, pois ao homem é impossível substituir esta sagrada função recebida de determinação divina.

Maternidade

A maternidade é função, tarefa e missão específica da mulher.

O sábio Codificador, Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, na questão n." 820, faz comentário bastante interessante a respeito do corpo da mulher: 

¨DEUS¨apropriou a organização de cada ser às funções que lhe cumpre desempenhar. Tendo dado à mulher menor força física, deu-lhe ao mesmo tempo maior sensibilidade, em relação com a delicadeza das funções". (grifos treinar, nossos) (O Livro dos Espíritos - Allan Kardec -Terceira Parte - Capítulo IX - "Da Lei de Igualdade" - Subtema: "Igualdade dos Direitos do Homem e da Mulher" - Questão n." 820 - FEB). 

Se algum espírito, obviamente dotado de personalidade feminina, aspirar a desenvolver a verdadeira maternidade terá que reencarnar em corpo de mulher e acima de tudo atuar buscando as qualidades de ser mulher, esposa e mãe no campo das qualidades psíquicas de feminilidade.

A missão de mãe tem importância fundamental para a Humanidade. Sua execução sempre foi difícil, árdua, embaraçosa e desafiadora; embora tantas dificuldades, produziu sempre intraduzíveis benefícios espirituais, imensidão de amor, intensas alegrias, grandes motivações de felicidade aos corações e acentuado progresso moral. O espírito André Luiz define:

¨. . . a maternidade é a plenitude do coração feminino que norteia o progresso. Concepção, gravidez, parto e devoção afetiva representam estações difíceis e belas de um ministério sempre divino." (grifos nossos) (Mãe Antologia Mediúnica - Autores diversos - Francisco Cândido Xavier - Lição: "Maternidade" - André Luiz - Pág. 191 – 1ª. edição, 1971 - Casa Editora "O Clarim") 

O autor espiritual revela a grandeza da maternidade em duas situações: no corpo físico da mulher tanto quanto em seu nobre coração espiritual. Não são unicamente os surpreendentes fenômenos da fecundação, gravidez, desenvolvimento do feto e o misto de dor e alegria do parto que ocorrem no organismo especialíssimo da mulher o que faz engrandecer a maravilha da maternidade. O sublime, o iluminado e o sagrado ocorrem também no altar de sua alma, na complexidade das energias da sua vida mental, no santuário de seu fértil coração devotado aos impulsos intraduzíveis do amor delicado, cuidadoso,humilde e abnegado. 

Ser mãe

Maternidade é função somente da mulher – função que mais lhe possibilitou desabrochar, exercitar,treinar,desenvolver, aprimorar e purificar o amor maternal aos entezinhos que nascem de seu próprio ventre.

Grande parcela de almas femininas cresceu e agigantou-se em espírito na missão da maternidade, porque soube desejar, sentir, pensar, amar, sofrer, viver e repetir, sem desânimo, as experiências de ser mãe em milhares de encarnações sucessivas. 

E da Lei Divina: não há mérito naquilo que nada custou para o espírito. Se alguma alma feminina carrega consigo qualidades nobres, não foi ali depositada de forma gratuita por Deus. Toda conquista do espírito pede vontade, esforço, luta, perseverança, sofrimento, trabalho... Qualquer grau de energia psíquica de virtude exige sempre esforço continuado, sistemático e repetitivo. 

A maternidade exigiu, no transcorrer dos séculos, imensos e continuados sacrifícios da alma feminina. Soube, com seu próprio esforço, aplicar amor maternal, serviços, cuidados, carinho delicadeza, ternura, atenção, dedicação, devotamento, humildade, renúncias, alegrias, superações, vitórias. As experiências repetidas nas encarnações sucessivas acumularam respeitáveis recursos mentopsicossexuais obtendo o espírito feminino o enriquecimento de bons sentimentos, amor maternal, amor fraternal, virtudes morais, competência espiritual,intuição lúcida. 

Nenhuma alma adquiriu qualidades superiores, virtudes morais, talentos nobres tão somente por haver encarnado em corpo de mulher. Não! Foi necessário grande número de encarnações bem sucedidas a repetirem a mesmas experiências de valores superiores. 

Ser mãe é saber executar com alma, mente e coração determinado número de obrigações elevadas, deveres e serviços com grandeza de coração, acentuado amor, humildade testemunhada, renúncia construtiva missão educadora. 

Nenhuma virtude da alma feminina foi formada de um momento para outro como num passe de mágica. As virtudes morais foram conquistadas com grande esforço, muito sofrimento, enorme dedicação, seguro devotamento, imensa renúncia, testemunhos sucessivos de humildade, ternura, intenso carinho afetivo, amor incondicional e abnegação continuada. 

O grau de amor que mulher já conquistou não está alojado no cérebro físico e nem no coração orgânico: está sediado no departamento espiritual da mente em sua complexa organização formada de recursos psíquicos de bons sentimentos. O amor do espírito-mãe é o admirável conjunto de recursos mentopsíquicos de virtudes morais. 

Usando o bom senso há determinada parcela de mulheres nos quadros da Humanidade que são ainda infelizes, ignorante descrentes; no dizer dos Espíritos, por enquanto, são mais fêmeas do que mães. São espíritos femininos que conquistaram, por enquanto, poucas e frágeis qualidades maternais.

Walter Barcelos (Uberaba);
Jornal A FLAMA ESPÍRITA –nov/dez 2014 – Uberaba MG.




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