A criança da Nova Era

Por vezes a visão imediatista povoa mentes e corações com imagens ilusórias e românticas de uma infância florida e instantânea que ganhará nossos parques, bosques e escolas nessa nova era tão divulgada quanto aguardada. Contudo, uma reflexão mais cuidadosa nos leva a concluir que não é exatamente assim. Senão vejamos:

“O que se prepara não é, pois, o fim do mundo material, mas o fim do mundo moral. É o velho mundo, o mundo dos preconceitos, do orgulho, do egoísmo e do fanatismo que se esboroa. Cada dia leva consigo alguns destroços. Tudo dele acabará com a geração que se vai e a geração nova erguerá o novo edifício, que as gerações seguintes consolidarão e completarão” . (Obras Póstumas – 2ª. parte)

Observamos então, referencias a três gerações que se encontram, se interpenetram e se sucedem: “A que se vai”, “A geração nova” e as “Seguintes” encarregadas de consolidar e completar o progresso, tudo isso nessa Nova Era já iniciada, mas não concluída. Quem são? Quem compõe cada uma delas, quanto crianças e, posteriormente, quanto adultos?
 
“A Geração Que Se Vai”: “Uma grande emigração se processa neste momento e estes expiarão o seu endurecimento em mundos inferiores. Os que praticam o mal pelo mal, alheios ao sentimento do bem, que acarretam perturbações, confusões e obstáculos ao progresso. Se distinguem pela revolta contra Deus, pela negação da Providência e de qualquer poder acima da Humanidade, propensão instintiva para as paixões degradantes, para os sentimentos antifraternais do orgulho, do ódio, do ciúme, da cupidez, enfim, a predominância de apego a tudo que é material.”

“Os que se obstinam em não emendar-se; porque são incompatíveis com o reinado da fraternidade e porque o contato com eles constituirá sempre um sofrimento para os homens de bem”.

Fácil concluir que esses perfis não representam as crianças, nem os adultos, da Nova Era, muito embora pela misericórdia de Deus ainda estejam aqui despedindo-se da oportunidade que não têm sabido valorizar...

“A Geração Nova”: Em todas as épocas da humanidade Deus tem enviado Espíritos de escol para que, com seus exemplos de amor e sabedoria, impulsionem determinado povo, região, comunidade ou raça nas mais diversas áreas: tecnológica, científica, filosófica, religiosa, política, ética, moral, artística. Manoel Philomeno de Miranda na obra Transição Planetária nos diz, inclusive, que “Esta não é a primeira vez que o mundo terreno recebe viajores de outras moradas, atendendo à solicitação de Jesus Cristo, qual aconteceu no passado, no momento da grande transição das formas, quando modeladores do vaso orgânico mergulharam na densa massa física fixando os caracteres que hoje definem seus habitantes”, indo ao encontro de informações similares de Emmanuel em “A Caminho da Luz”.

O que faz que esse momento se torne tão especial é a ação generalizada, reencarnações em massa, milhões de Espíritos de outra dimensão mergulham nas sombras terrestres, a fim de auxiliar na modificação das paisagens aflitivas do coração humano. Equipes de apóstolos da caridade no plano espiritual chegam a fim de contribuir em favor das mudanças que devem se operar.

Muito embora ansiada, aguardada e plena da gratidão daqueles que mourejamos na Terra, essa geração, que se destacará por características intelectomorais extraordinárias, nobreza de caráter, conhecimento da vida, talentos artísticos tão excepcionais quanto precoces, vivacidade surpreendente e senso superior de justiça, também não convém seja identificada e definida, categoricamente, como a representação da criança da Nova Era. Por que? Porque eles vêm como voluntários da solidariedade e do amor, mas não pertencem à este orbe, trilharam seus caminhos e luminosas conquistas alhures, chegarão para luarizar a noite escura destes dias, deixarão seus roteiros de sabedoria e de amor, contudo, retornarão para casa.

“As Gerações Seguintes”: “Não se comporá, exclusivamente de Espíritos eminentemente superiores, mas dos que, já tendo progredido, se acham predispostos a assimilar todas as ideias progressistas”, como nos ensina o codificador em A Gênese. Será no contato do dia a dia, na convivência estreita, que os mais adiantados auxiliarão com seus ideais de concórdia, solidariedade, beleza, justiça e paz àqueles que trazem propensão ao bem e boas disposições morais.

A criança da Nova Era, então, não chegará pronta, acabada, e plena na Terra de regeneração, tanto que Allan Kardec faz esse alerta em O Evangelho Segundo o

Espiritismo quando se refere à essa categoria de mundo habitado: “Mas, ah! Nesses mundos, ainda falível é o homem e o Espírito do mal não há perdido completamente o seu império. Não avançar é recuar, e, se o homem não se houver firmado bastante na senda do bem, pode recair nos mundos de expiação, onde, então novas e mais terríveis provas o aguardam”, ou seja, a criança da Nova Era está sendo gestada desde agora, na intimidade daqueles que anseiam por um mundo renovado a partir da renovação de si mesmos. São todos aqueles que com desejos sinceros de fraternidade e exaustos do resultado do comportamentos egoísta, ao contato com as presenças inspiradoras daqueles outros que, mercê a misericórdia do Pai, também já estão entre nós, “Herdarão a Terra” de acordo com o ensinamento de Jesus.

Diante disso, avaliemos a relevância da evangelização infanto juvenil na Nova Era, à criança da Nova Era... Emmanuel nos diz o quanto: “É imprescindível reconhecer que a reconstrução do planeta é iniciativa educacional. É quase incrível, no entanto, que o problema seja, ainda, de orientação infantil, objetivando-se horizontes novos. A criança é o futuro. E, com exceção dos espíritos missionários, os homens de agora serão as crianças de amanhã, no processo reencarnacionista. O trabalho redentor da nova era há de começar na alma da infância, se não quiserdes divagar nos castelos teóricos da imaginação superexcitada”.

Assim amigo . . . a criança da Nova Era é você!

Somos nós, que buscamos sinceramente as mudanças internas e externas!

E aí? Está preparado?

Soraia Martins (08/07/2014 )
Colaboradora da Diretoria de Infância e Juventude

Bibliografia:
Obras Póstumas – Allan Kardec
A Gênese – Allan Kardec
O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec
Transição Planetária – Manoel P. de Miranda/Divaldo P. Franco
A Caminho da Luz – Emmanuel/Chico Xavier
Coletâneas do Além - Emmanuel/Chico Xavier

Mensagem de Joanna de Angelis/Divaldo Franco em 20-04-2011


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