Desprendimento Material (Lucius)

- Querido doutor, aprendemos sempre a necessidade do desprendimento material. Como a Lei do Universo avaliará o desprendimento, se a entrega dos bens materiais não estiver dentro dos padrões da caridade aceitável? Há pessoas que doam fortunas no sincero desejo de melhorar o mundo. Estariam desprovidas de méritos?

Observando o sincero interesse, Bezerra de Menezes afiançou, sorrindo: 

- Claro que não, Adelino. 

O Bem, quando feito com unção, nunca é desperdiçado e se transforma em um passaporte para qualquer que o pratique. 

No entanto, a maioria das pessoas está iludida imaginando que o Céu é uma conquista que se faz na base de quantidades, esquecendo-se de que é no fundamento das qualidades que as suas portas estarão abertas. 

Pessoas existem que dão milhões para se fazerem conhecidas. Não estão dando nada. Investem motivados pela vaidade. 

Diz o nosso Evangelho que “a prodigalidade não é generosidade, mas, frequentemente, uma forma de egoísmo; aquele que atira ouro a mancheias para satisfazer uma fantasia, não daria uma moeda para prestar um serviço”(*). 

Daí não dever o indivíduo generoso descuidar-se dos próprios exemplos pessoais. Se já se tomou um benfeitor no atacado, não estará dispensado das demonstrações pessoais de desprendimento no varejo da vida, junto aos aflitos que o rodeiam, ao lado dos sofredores que cruzem seu caminho. Essa é a verdadeira prova que atestará estar apto à elevação essencial de sua alma. Isso porque, meu filho, a condição da riqueza é transitória, mas a situação de Bondade é definitiva. A primeira está ligada à quantidade, mas a segunda é conquista da qualidade. 

(*) O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 16, item 14. 

Lucius;
Psicografia: André Luiz Ruiz;
Do livro: Herdeiros do Novo Mundo, cap. 37.


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