Do Primeiro Beijo (Khalil Gibran)

É o primeiro gole de néctar da Vida, numa taça ofertada pela divindade. 

É a linha divisória entre a dúvida que engana o espírito e entristece o coração, e a certeza que inunda de alegria nosso íntimo. 

É o começo da canção da Vida e o primeiro ato do drama do Homem Ideal. 

É o vínculo que une a obscuridade do passado com a luminosidade do futuro; 

é a ponte entre o silêncio dos sentimentos e a sua própria melodia. 

É uma palavra pronunciada por quatro lábios, proclamando o coração um trono, o Amor um rei e a fidelidade uma coroa. 
 
É o toque leviano dos dedos delicados da brisa nos lábios da rosa — pronunciando um longo suspiro de alívio e um suave gemido.

É o começo daquela vibração mágica que transporta os amantes do mundo das coisas e dos seres para o mundo dos sonhos e das revelações.

É a união de duas flores perfumadas; e a mistura de suas fragrâncias, para a criação de uma terceira alma.

Assim como o primeiro olhar é uma semente lançada pela divindade no campo do coração humano, assim o primeiro beijo é a primeira flor nascida na ponta dos ramos da Árvore da Vida.

Khalil Gibran





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