Como destruir um grande orador espírita

Vejam só que história impressionante

Esta história é verídica e diz respeito a um grande orador espírita. Não vou citar os verdadeiros nomes, nem das personalidades nem das regiões, por razões de não expor ninguém. Mas a não citação dos nomes, por minha parte, não é ofensiva a ninguém, portanto posso fazer.

Ele era um jovem de excelente aparência física, destacado trabalhador da casa espírita e a estrela maior da Federação Espírita do Estado onde vivia, por ser o orador mais requisitado em todos os eventos, pela sua oratória privilegiada. Convidado a falar sempre nas principais cidades do interior daquele estado e de estados vizinhos.

Por ser bonito, inteligente e amar muito a Doutrina Espírita, ele era o ídolo dos grupos de jovens espíritas da sua cidade, despertando inclusive atenção especial das meninas, de forma que uma delas, adolescente, terminou se apaixonando por ele, que sabia muito bem diferenciar as coisas e administrava os sentimentos da jovem com muita responsabilidade.

Acontece que os seus dotes fizeram com que se apaixonasse por ele, também, uma outra pessoa, porém uma senhora, casada, em idade de ser mãe dele, membro da direção da Federação e esposa de um dos diretores da mesma instituição.

Esta paixão transformara-se numa verdadeira obsessão e a tal cidadã resolveu assediá-lo insistentemente para que ele cedesse ao seu desejo de relacionar-se com ela. Virou uma perseguição implacável a procura dela por ele, que acontecia com mais freqüência nas dependências da Federação, em dias que ele mantinha reuniões normais com a juventude espírita, aproveitando-se dos intervalos.

Acontece que uma das jovens do grupo, exatamente a que também era louca por ele, começou a perceber que várias vezes a tal senhora entrava no ambiente, chamava por ele para uma outra sala, onde mantinham alguma conversa que sempre o fazia voltar à atividade um pouco deprimido, triste e preocupado, segundo notava a adolescente, que começou a questioná-lo:

- “O que está acontecendo contigo, Rogério? Eu já percebi que a dona Suely sempre vem aqui, todas as vezes que você está reunido conosco, lhe chama para outra sala e você só volta triste, preocupado. Confie em mim, o que é que acontece?”

- “Nada, minha irmã. Nada. É impressão sua. A dona Suely, conforme você sabe, é uma diretora da Federação, e tem muitos assuntos a tratar comigo, por isto ela sempre me chama para conversar.”

Mas não colou. A menina resolveu esperar pela próxima vez, muniu-se de um gravador, correu até uma posição atrás de um móvel na sala, onde normalmente a dona Suely o levava para as tais conversas e ficou na expectativa, na hora em que ela acostumava aparecer.

E terminou gravando a tal conversa.

A mulher, casada, insistia que ele teria que ter um caso sexual com ela e o ameaçava de acabar com nome dele, na Federação e em todos os centros espíritas do Estado, caso ele não cedesse aos seus instintos desequilibrados.

- “Mas minha irmã! Olhe o Evangelho, minha irmã, olhe o Evangelho! Vamos orar juntos, minha irmã, esse sentimento não pode ser real e só ser algum processo obsessivo para desequilibrar-me junto a sua família...”.

- “Que Evangelho, coisa nenhuma. Tem hora pra Evangelho e tem hora para outras coisas também. Não venha querer apelar, porque a doutrina não tem nada a ver com isto”.

Depois que a mulher saiu, a adolescente foi até ele, com o gravador na mão, e...

- “Rogério. Agora eu já sei o que está acontecendo. Eu gravei tudo. Você vai ter que se defender daquelas ameaças, senão quem vai botar a boca no mundo sou eu. Não é possível uma coisa dessa! Eu nunca imaginei que logo a dona Suely, esposa do seu Wanderley, que dá uma de moralista aqui na Federação, fosse capaz de uma coisa dessa!”.

- “Minha filha, você não pode fazer nada. Qualquer coisa que você fizer, vai atrapalhar o casamento dela e aí quem vai ficar com o remorso sou eu. Isto só pode ser um processo obsessivo muito grande, e nós temos que nos juntar e orar por ela. É como diz o nosso Chico, Tudo passa, e isto também passará. Eu prefiro até me prejudicar, pelas ameaças dela, do que prejudicar o seu casamento”.

E a coisa virou um verdadeiro inferno.

Por ele não ceder, vejam o que a mulher fez:

Disse para o marido, que o Rogério andava dando em cima dela, há muito tempo, assim como vivia dando em cima de outras mulheres casadas e tendo caso com todas as adolescentes da juventude espírita da Federação.

Para outras pessoas, ela disse que ele era homossexual, porque recusara ficar com uma mulher.

Toda a diretoria da Federação e dos principais centros espíritas da cidade tomaram conhecimento dessa versão, ele foi proibido de fazer palestras, passou a ser hostilizado e virou bandido na conceituação de todo mundo.

Mas só isto não bastou.

Havia, na cidade, determinadas pessoas outras do movimento que não gostavam dele, por inveja pelo destaque que ele era em todos os lugares onde falava. Estes invejosos, geralmente elementos incompetentes, sempre aparecem toda vez que alguém faz sucesso no movimento espírita. Outra coisa que incomodava também, demais, aos seus desafetos no movimento espírita é que o seu estilo de oratório é parecido com o estilo do consagrado tribuno espírita Divaldo Pereira Franco.

Quando havia um programa em alguma emissora de televisão ou rádio local, em que se falava sobre Espiritismo, Rogério era a pessoa convidada, os outros não.

O que aconteceu: todos os que já não gostavam dele, aproveitaram-se do episódio, na versão criada pela dona Suely, e montaram a estratégia de contribuírem para a destruição dele.

Acontece que o Rogério já estava ficando famoso pelo Brasil inteiro, convidado a falar nos grandes congressos e semanas espíritas, onde são convidados somente os melhores expositores espíritas do País, encantando platéias onde chegava, do Nordeste ao Sul do País. Não havia visitado o Norte, ainda.

Como se não bastasse a queima do nome do orador, em sua cidade, começaram a mandar cartas anônimas para todas as instituições espíritas do Brasil, principalmente as que realizavam grandes eventos e o convidavam para falar, para acabarem com o nome do cidadão no País inteiro.

Nas cartas anônimas constavam as seguintes acusações contra ele:

Era um safado, imoral, dava em cima de mulheres casadas, aproveitava-se das adolescentes da juventude espírita onde trabalhava, era homossexual, desonesto, roubou 50 mil dólares que estavam guardados em uma pasta em um centro espírita, imitador barato do Divaldo e um montão de coisas. Conforme vocês sabem, em uma hora desta, os inimigos aproveitam-se para dizer tudo o que não presta a respeito do cidadão. Só faltaram dizer que ele pertencia ao Nazismo do Hitler, que havia matado Gandhi, Kennedy e etc...

Agora veja bem a inteligência de alguns elementos dirigentes de instituições espíritas:

Por causa destas cartas, a maioria dos centros espíritas que as receberam, admitiram como sendo verdade e cancelaram qualquer compromisso agendado com ele, queimando-o também em suas cidades, em outros estados.

É impressionante como muitos espíritas adoram dar credibilidade a qualquer difusão do que não presta, a respeito de alguém.

Foram incapazes de raciocinar, por exemplo, em cima de algumas colocações das próprias cartas, como, por exemplo:

Como é que pode um centro espírita ter 50 mil dólares e sobretudo guardado em uma pasta, e nas suas dependências? Por que em dólares e não em reais? Qual o centro espírita do Brasil, principalmente na cidade onde ele morava que, apesar de ser uma capital de Estado, não é uma das maiores, que tem condições de ter tanto dinheiro assim, disponível? Cinqüenta mil dólares equivalem a aproximadamente 150 mil reais? Uma instituição espírita que possuísse um dinheiro desse, deixaria depositado em uma conta bancária ou no próprio centro, ainda por cima dentro de uma pasta?

E tem outras coisas: Se o cidadão é homossexual, como é que pode ser de um tipo de homem que, além de se aproveitar sexualmente das adolescentes da juventude espírita, ainda dá em cima de mulher casada, ainda por cima idosa, que têm idade de ser sua mãe?

Uma grande instituição espírita da Bahia, que mantém um dos grandes eventos espíritas do Brasil, que o convidou algumas vezes para ser orador do evento, recebendo a tal carta, resolveu usar a inteligência, que deveria ser comum em todas as instituições espíritas:

Observando que a carta tinha como signatário um endereço da cidade de São Paulo, o dirigente da instituição resolveu telefonar para um seu conhecido em São Paulo, pedindo para que ele checasse a existência daquele endereço.

Resultado: O endereço não existia. A carta era mesmo anônima.

Certo dia, numa segunda-feira do ano de 1997, eu viajava da cidade de Vitória da Conquista para Salvador, quando, passando por Feira de Santana, o meu celular tocou e eu parei para atender.

Era o Rogério, que ficara muito meu amigo, já que eu fiquei solidário a ele também, por causa daquela história tão sem vergonha e calhorda que fizeram contra ele.

- “Alô, Alamar. Eu estou louco procurando por você. O que houve, meu irmão, você também ficou meu inimigo? O que eu fiz para você, meu amigo?”

- “Uai, Rogério, eu não estou entendendo nada, por que eu fiquei seu inimigo? De forma alguma, continuo seu amigo, mais do que nunca.”

- “Eu logo vi, meu irmão, eu logo vi. É que está correndo uma carta aqui em todo o Estado de São Paulo, assinada por você, falando misérias a meu respeito. E você tem muita credibilidade por aqui, porque todo mundo assiste ao Espiritismo via satélite. Por causa dessa carta, que dizem ser sua, 54 palestras minhas foram canceladas.”.

- “Rogério, pelo amor de Deus! Eu não escrevi carta nenhuma, não sei nem de que você está falando. Estou curioso pra ver que carta é essa. Posso lhe garantir que eu jamais escreveria contra você nem jamais difamaria quem quer que seja, por mais que eu não gostasse.”

- “Então, me faça um favor, meu irmão. Dá pra você dizer no seu programa do próximo domingo, que você não escreveu nenhuma carta contra mim? Dizer que está correndo uma carta por todo o Estado de São Paulo, e que ela é anônima? Tenho certeza de que todo mundo vai lhe ouvir.”

- “Claro, meu amigo, claro que farei isto. Mas quero ver esse diabo dessa carta”.

Ao chegar em casa, em Salvador, havia um recado que o Éder Favaro, da Rádio Boa Nova, havia me ligado.

Imediatamente telefonei para ele, para saber o que era.

Ele me disse que havia recebido uma carta, falando as piores coisas a respeito do orador Rogério, assinada por mim, mas ele achou a carta muito estranha, e queria confirmar se era de minha autoria mesmo.

Eu disse a ele que não, que eu jamais escreveria carta, Email ou seja lá o que for, difamando ou falando mal de quem quer que seja, que isto é atitudes de pessoas covardes, geralmente incompetentes e frustrados incomodados com o sucesso alheio.

Agora, notem bem o detalhe:

A carta era uma cópia xerox, numa montagem muito grosseira, assim:

Na parte de cima, aparecia a colagem do cabeçalho de uma carta que eu enviara mesmo a algumas instituições do Brasil, com a marca da SEDA.

No meio da carta, colocaram todo o conteúdo, em máquina de escrever manual, normal, não em computador.

Na parte de baixo, onde aparecia a minha assinatura, estava o meu nome escrito, desta vez em computador, com a fonte Arial, muito conhecida do Word.

Apareciam perfeitamente aqueles riscos da colagem, da montagem ridícula.

Impressionante, mas muitos dirigentes espíritas não tiveram a inteligência e o bom senso em observarem aquilo. Deram logo credibilidade.

No domingo seguinte, no meu programa, fiz referência ao assunto, disse que eu não tinha nada a ver com aquilo, que a carta era anônima, que o cidadão era vítima de um grande complô contra ele, disse que eu conhecia a verdadeira história.

Quando foi na semana seguinte, o Rogério me ligou novamente, desta vez mais aliviado, e disse:

- “Puxa, Alamar, você tem prestígio por aqui mesmo. Todos os 54 centros espíritas que haviam cancelado as minhas palestras ligaram para mim, remarcando-as, por causa da sua fala no programa do último domingo. Muito obrigado, meu irmão. Mas se prepare, porque não vai demorar para a turma começar a baixar o pau em você também.”

É impressionante a forma como as instituições e as pessoas espíritas agem, diante de uma situação dessa. Até hoje muitos dirigentes, mesmo com o esclarecimento dos fatos, continuam de portas fechadas a esse expositor que é simplesmente fantástico.

Quando há condenação de alguém no movimento espírita, essas são eternas e irreparáveis, apesar da nossa doutrina referir-se claramente, tendo posição a respeito desta questão de penas eternas.

Para finalizar, devo dizer a vocês que o nome do expositor não é Rogério e nem da mulher é dona Suely. Criei estes pseudônimos apenas para poder desenvolver o raciocínio do relato. Muita gente em São Paulo conhece o orador e muitos vão identificar facilmente de quem eu estou falando.

Amém.

Alamar Régis

Fonte:http://www.redevisao.net/movimento/comodestuiroradorespirita.htm


Um comentário:

  1. Olá Alamar Régis,
    Gostei muito desse depoimento, que no início julguei imprudente, mas com o desfecho tive que vir aqui e PARABENIZAR todos os envolvidos no intento de alertar ao Mal chamado Maledicência, tão instruído por palavras e não por atitudes nos Centros Espíritas.
    Aqui onde moro e frequento as casas espíritas ocorrerem fatos cotidianos nesse sentido, onde uma pessoa influente subverte a Instituição contra um desafeto, seja qualquer motivo inferior. A inteligência dos dirigentes estão contaminadas pelo Orgulho com a institucionalização do espiritismo. Infelizmente, há muitas pessoas congregadas na Doutrina se afastando do Movimento Espírita por temer as ações inferiores impetradas pelos próprios dirigentes.
    Mais uma vez, Parabenizo-os e agradeço o espaço.
    Marcel da Silva - Curitiba/PR

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