Espiritismo cura depressão?

Nenhuma casa espírita cristã verdadeira promete cura a um enfermo. Antes, lhe oferece evangelização, orações, passe magnético e água fluidificada, que ajudam no tratamento.

Quem cura é somente Deus e, para obter cura, são imprescindíveis merecimento e fé. Assim se explica porque Jesus, que curava todas as doenças, nunca prometeu curar todos os doentes, mas somente aqueles que, praticando o bem, aceitassem seu jugo, que é suave e seu fardo, que é leve.

Na Sua bondade infinita, o Pai Celestial faz continuamente descerem à Terra médicos dedicados e cada vez mais competentes, trabalhando na pesquisa e na prática de uma medicina em perene e extraordinária evolução.

Procuremo-los, primeiro de tudo.

Depressão é “doença-fantasma”


Depressão é uma expressão relativamente nova para indicar desânimo mental e físico doentio. Os espíritos Emmanuel e André Luiz, no livro Espírito e Vida, editado pela Federação Espírita Brasileira, a incluem na relação das “doenças-fantasmas”, cuja solução está em nós mesmos.

Para eles, suas vítimas constituem “longas fileiras de irmãos nossos que não apenas infelicitam o lar onde são chamados à sustentação do equilíbrio, mas igualmente enxameiam nos consultórios médicos e nas casas de saúde, tomando o lugar de necessitados autênticos”.

Esses instrutores espirituais referem-se “às criaturas menos vigilantes, sempre inclinadas ao exagero de quaisquer sintomas ou impressões e que se tornam doentes imaginários, vítimas que se fazem de si mesmas nos domínios das moléstias-fantasmas. Experimentam, às vezes, leve intoxicação, superável sem maiores esforços e, dramatizando em demasia pequeninos desajustes orgânicos, encharcam-se de drogas, respeitáveis quando necessárias, mas que funcionam à maneira de cargas elétricas inoportunas, sempre que impropriamente aplicadas.

Atingido esse ponto, semelhantes devotos da fantasia e do medo destrutivo caem fisicamente em processos de desgaste, cujas consequências ninguém pode prever, ou entram, de modo imperceptível para eles, nas calamidades sutis da obsessão oculta, pelas quais desencarnados menos felizes lhes dilapidam as forças.

Depois disso, instalada a alteração do corpo ou da mente, é natural que o desequilíbrio real apareça e se consolide, trazendo até mesmo a desencarnação precoce, em agravo de responsabilidade daqueles que se entibiam diante da vida, sem coragem de trabalhar, sofrer e lutar.”

Aviso salutar da própria alma


Vêm conselhos de Emmanuel e André Luiz:

“Se surge a depressão nervosa, examinemos o teor das emoções a que estejamos entregando as energias do pensamento, de modo a saber se o cansaço não se resume a um aviso salutar da própria alma, para que venhamos a clarear a existência e o rumo. Antes de lançar qualquer pedido angustiado de socorro, aprendamos a socorrer-nos através da autoanálise, criteriosa e consciente.

Ainda que não seja por nós, façamos isso pelos outros, aqueles outros que nos amam. Combatamos as doenças-fantasmas, que são capazes de transformar-nos em focos de padecimentos injustificáveis a que nos conduzimos por fatores lamentáveis de autoobsessão.”

Em outra obra, Coragem, edição CEC (Comunhão Espírita Cristã), temos este acréscimo de Emmanuel, sobre o mesmo assunto:

“Se trazes o espírito agoniado por sensações de pessimismo e tristeza, concede ligeira pausa a ti mesmo, no capítulo das próprias aflições, a fim de raciocinar. Se alguém te ofendeu, desculpa. Se feriste alguém, reconsidera a própria atitude. Contratempos do mundo estarão constantemente no mundo, onde estiveres. Disciplina é alicerce da educação. Circunstâncias constrangedoras assemelham-se a nuvens que aparecem no firmamento de qualquer clima. Agradar a todos, ao mesmo tempo, é realização impossível. Mudanças equivalem a tratamento da alma, para os ajustes e reajustes necessários à vida. Conflitos íntimos atingem toda criatura que aspire a elevar-se. Fracassos de hoje são lições para os acertos de amanhã”.

Completando a lição, uma palavra de Francisco Cândido Xavier:

“Vigie seus pensamentos, porque eles se tornarão palavras. Vigie suas palavras, porque elas se tornarão seus atos. Vigie seus atos, porque eles se tornarão seus hábitos. Vigie seus hábitos, porque eles sem tornarão seu caráter. Vigie seu caráter, porque eles se tornarão o seu destino”.

Jávier Godinho (Diário da Manhã)


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