Deus e nós (Emmanuel)

Indubitavelmente, Deus, nosso Pai e Criador, fará que a Terra alcance a perfeição, mas é preciso descobrir a parte do trabalho que nos compete, na condição de filhos e criaturas de Deus, no aprimoramento geral, a começar de nós e a refletir-se fora de nós.

Clareando o pensamento exposto, digamos que Deus necessita de nós outros, conquanto não nos constranja o livre-arbítrio à cooperação; e vale notar que, através das operações que nomeamos por “nossos deveres imediatos”, é possível saber a que tarefas somos conduzidos.

Detém-te, assim, de quando em quando, para considerar os encargos de que a Providência Divina te incumbiu, de modo indireto no quadro das lides cotidianas.

Deus é a Paternidade Suprema. Em razão disso, terá concedido ao teu coração um ou alguns dos teus filhos, no instituto da consanguinidade, a fim de que o ajudes a moldar-lhes o caráter, embora te vejas temporariamente, muitas vezes, em absoluto esquecimento de ti mesmo, para que a abnegação atinja a sua obra completa. 

Deus é Amor. Em vista de semelhante verdade, ele te pede que ames o próximo, de tal maneira que te transfigures em mensagem viva de compreensão e socorro fraternal a cada irmão da Humanidade que te partilhe a experiência.

Deus é Misericórdia. Fácil reconhecer que ele aguarda lhe adotes as normas de tolerância construtiva, perdoando quantas vezes se fizerem necessárias o companheiro que se terá desviado da senda justa, propiciando-lhe novas oportunidades de serviço e elevação, no nível em que se coloque.

Deus é Trabalho. Imperioso aceitar as pequenas obrigações do dia-a-dia, quais sejam o trato da terra, o zelo da casa, a lição a ser administrada ou recebida, o compromisso afetivo, o dever profissional ou até mesmo a proteção a uma flor, na altura de tarefas que ele te solicita realizar com alegria, em favor da paz e da eficiência nos mecanismos da vida.

Observa em derredor de ti e reconhecerás onde, como e quando Deus te chama em silêncio a colaborar com ele, seja no desenvolvimento das boas obras, na sustentação da paciência, na intervenção caridosa em assuntos inquietantes para que o mal não interrompa a construção do bem, na palavra iluminativa ou na seara do conhecimento superior, habitualmente ameaçada pelo assalto das trevas.

Sem dúvida, em lugar algum e em tempo algum, nada conseguiremos, na essência planejar, organizar, conduzir, instituir ou fazer sem Deus; no entanto, em atividade alguma não nos é lícito olvidar que Deus igualmente espera por nós.

Emmanuel;
Médium: Francisco Cândido Xavier;
Do livro: Encontro Marcado. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradecemos a sua participação!