Adversários da Mediunidade

Havia no Dr. Bezerra um entusiasmo sadio e grande respeito pelo ministério mediúnico, que lhe transparecia na face e ressaltava nas palavras. Mas ele advertiu: De tempos em tempos, amiudadas vezes, surgem movimentos anti mediunistas entre respeitáveis estudiosos e obreiros da Doutrina Espírita, que então sofrem inspiração negativa.

As Entidades perversas, que se vêm desmascaradas, desmanchadas suas tramas e conluios nefastos, através da mediunidade digna, combatem, sistematicamente, esta porta de serviços, tentando cerrá-la, ora pela suspeita contumaz, ora pela desmoralização e vezes outras pela indiferença geral, desfrutando, então, esses inditosos, de área livre para o comércio infeliz que estabelecem e o prosseguimento das ardilosas quão inclementes perseguições que promovem.

Dr. Bezerra reportou-se então à memorável sessão mediúnica realizada no Tabor, quando o Mestre se transfigurou e parlamentou com Moisés e Elias materializados e, logo depois, ao descer do monte, repreendeu um obsessor que atormentava um jovem, expulsando a Entidade infeliz e liberando o paciente. Ali, acentuou o Mentor, se realizara uma perfeita fluidoterapia com o obsesso, socorro ao obsessor e um intercâmbio superior com os líderes israelitas desencarnados, qual ocorre nos trabalhos espíritas práticos, sob os rígidos códigos da moral evangélica.

Inspirados, portanto, por mentes perturbadoras, ociosas, vingativas de diversas gamas, surgem companheiros ciosos da preservação do patrimônio doutrinário, investindo contra as reuniões mediúnicas. Alguns alegam excesso de animismo, outros exageros no mediunismo, mais outros afirmam que esse período está superado e não falta quem diga serem tais serviços prejudiciais ao equilíbrio mental e emocional de pessoas nervosas, de personalidades psicopatas.

O Mentor, afirmando que tais críticos não têm razão em sua postura, analisou, na sequência, todos os argumentos levantados, indicando para cada um deles a orientação necessária. Assim é que, na questão do animismo, ao invés de coibi-lo, devemos educar o sujeito, fazendo-o liberar-se das impressões profundas que lhe afloram do inconsciente, nos momentos de transe, qual oportuna catarse que o auxiliará a recobrar a harmonia íntima. É essencial doutrinemos, diz ele, os portadores de mediunidade em fase atormentada. (Cap. 16, pp, 118 a 120).

Manoel Philomeno de Miranda;
Divaldo Pereira Franco;
Do Livro: Nas Fronteiras da Loucura.


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